Mestre Espedito Seleiro, riqueza em detalhe

Nova Olinda,fica no extremo sul do Ceará, a cidade encontra-se na chapada do Araripe, contando principalmente com o aquífero de Mauriti para o abastecimento de água. Localizada na microrregião do Cariri, a cidade tem pouco mais de 14 mil habitantes e é hoje um destino muito indicado pelo turismo. Um dos motivos é a presença do mestre Espedito Seleiro, cujo artesanato se tornou grande atrativo. Também a presença da Fundação Casa Grande, uma Organização Não Governamental que desenvolve diversos projetos culturais, artísticos e educativos, abordando temas como turismo comunitário, direitos humanos, economia solidária e mitologia Cariri.

Ganhador de vários prêmios, comendas e homenagens, o Mestre Espedito Seleiro produz calçados, bolsas, chapéus, carteiras, bancos, poltronas, além das selas, gibões e outros elementos da cultura vaqueira que estão sempre presentes.

O artesanato é feito com couro de cabra, pelica e camurça compradas em diversas cidades do Nordeste. Suas peças são vendidas no brasil e no mundo.

 

Espedito Seleiro, Muito se fala da parte espetaculosa de seu pai ter feito as sandálias de Lampião. Mas espetáculo mesmo são as peças que o Mestre fez ainda com 10 anos.
Tá tudo exposto em seu Museu Orgânico. Lá ele trabalha, cria (às 4 da manhã qd consegue ficar sozinho) e proseia sem pressa com cada pessoa que chega.

 

Alguns produtos se destacam como muito característicos do mestre artesão, como é o caso das sandálias de Lampião e de Maria Bonita. A confecção das sandálias foi inspirada por uma passagem da história do seu pai. Um dia, um cliente chegou com o desenho de uma sandália “quadrada” que encomendou do pai de Espedito. Alguns dias depois, quando voltou para pegar a encomenda, aprovou a sandália e revelou ser cangaceiro do bando do Capitão Virgulino.

A sandália com o formato quadrado tinha uma função bem prática para o bando por despistar os rastros deixados pelos calçados nas areias do sertão. Anos depois, a pedido do músico Alemberg Quindins, idealizador da Fundação Casa Grande – Memorial do Homem Kariri, Espedito confeccionou uma sandália igual a de Lampião. Logo em seguida, criou também a sandália de Maria bonita.

A cultura Kariri começa com a história do povo que vivia na região da chapada do Araripe, conhecida como o berço da paleontologia nordestina. A partir de resquícios fósseis, que se encontram no Museu de Paleontologia de Santana, outro município da região, comprovou-se que as primeiras flores do planeta surgiram ali. Essas descobertas tornam ainda mais mágica a mitologia Kariri. Nos leitos subterrâneos e cavernosos da chapada do Araripe fluem, assim, muitas lendas que mantém vivas memórias que remetem a tempos historicamente muito distantes, cujas pistas se encontram nas pinturas rupestres e vestígios arqueológicos.

 

 

 

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