Leandra Leal estreia ‘Nada a Fazer’ eternizando a relação de mãe e filha no festival do Rio.
O Festival do Rio foi palco para a estreia de “Nada a Fazer”, um documentário sensível e pessoal que traz a oportunidade de ver Leandra Leal ao lado de sua mãe, a icônica atriz Ângela Leal. O filme não apenas a coloca em múltiplas funções – atuando, dirigindo e roteirizando – como também reforça o talento de Leandra por trás das câmeras.
O documentário, filmado durante o período de isolamento da pandemia, capturou o dia a dia e a relação familiar das atrizes. Leandra descreve a produção como “extremamente pessoal” e “muito artesanal”, realizada apenas com sua mãe, sua filha e o diretor de fotografia Guilherme Burgo. A diretora ressalta que o projeto foi uma forma de enfrentar um momento difícil do mundo, transformando a adversidade em um processo de criação.
Uma conversa íntima entre gerações
A essência de “Nada a Fazer” reside na intimidade familiar. O filme aborda temas como maternidade, hereditariedade e o legado da arte. Leandra enfatiza: “É um filme que fala sobre maternidade, sobre hereditariedade, sobre estar no mundo fazendo arte, que é o grande legado que minha mãe passou”.
Para Ângela Leal, a experiência foi única e reveladora. Ela conta que, inicialmente, pensou que fariam apenas algumas cenas. No entanto, a câmera de sua filha “captou o nosso dia a dia”, oferecendo a ela, pela primeira vez, a chance de se ver em sua rotina, sem atuar. “A câmera da minha filha me mostrou como eu sou”, revela a atriz. A leitura da peça “Esperando Godot” de Samuel Beckett se tornou a metáfora perfeita para o período de espera da pandemia, unindo as atrizes e dando o tom à narrativa.

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-FOTO: CLAUDIO ANDRADE
A importância do Festival do Rio
A estreia no Festival do Rio tem um significado especial para a equipe. Leandra Leal expressou sua felicidade, lembrando que o Festival é um marco em sua carreira, sendo o mesmo local onde estreou seu primeiro filme como diretora, “Divinas Divas”. Ela considera a exibição uma “realização muito grande”, especialmente por ser uma produção feita de forma tão simples e genuína.
O evento também foi celebrado por outras personalidades do audiovisual. O roteirista Guilherme Burgo destacou a importância do Festival para “fomentar a cultura” e “estimular a realização de mais filmes”. A atriz Letícia Colin enalteceu a capacidade do Festival de promover encontros e fortalecer a autoestima da indústria cinematográfica nacional, descrevendo o evento como fundamental para o cinema.

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-FOTO: CLAUDIO ANDRADE
O Festival do Rio, considerado por Jaffar Bambirra como um motor do cinema independente, recebeu o apoio de figuras como a deputada Jandira Feghali, que destacou a diversidade e o papel do evento em possibilitar novos negócios e visibilidade para o setor. O comediante Marcelo Adnet ressaltou a importância do Festival em dar acesso a trabalhos alternativos e à curadoria, que é um “recorte importante para a cultura em si só”. Já o ator Hermano Moreira classificou o evento como um “berço” que usa a cultura como ferramenta de educação, enquanto a roteirista e professora Dani Balbi o viu como uma “vitrine cultural” que irradia o audiovisual do país.