Barlavento Cia. abre processo criativo de “A Espera” em apresentação na Casa Absurda
Espetáculo nasce da fricção entre realidade, ficção e os caminhos imprevisíveis da criação teatral
A Barlavento Companhia de Artes Cênicas apresenta, no dia 21 de novembro, às 19h, na Casa Absurda, a abertura de processo de seu novo espetáculo, “A Espera”, obra que emerge do desejo de duas atrizes e professoras, de permanecerem criando, apesar do cotidiano exaustivo que muitas vezes afasta artistas docentes de seus palcos. O encontro com o público marca um capítulo em que o teatro expõe suas entranhas pulsantes, com novas formas de interação.
A dramaturgia e atuação está a cargo de Circe Macena e Brena Deodato. O espetáculo nasce das urgências pessoais de quem, entre aulas, demandas institucionais e vidas corridas, ainda resistem em fazer teatro. É dessa biografia compartilhada que desponta a metáfora central da obra: a espera. A espera pelo cachê, pela oportunidade, pelo tempo livre, pela chance de voltar à cena. Espera que, apesar de infinita, carrega também um “esperançar”, como um impulso de insistir na vida que se deseja viver.
Em “A Espera”, tudo acontece no palco como se as atrizes estivessem ensaiando para a chegada do público. Entre indecisões, afetos e uma vontade acumulada de fazer “tudo o que sempre quiseram fazer no teatro”, elas experimentam cenas, referências, fragmentos e jogos. A obra acolhe transcriações de dramaturgias que marcaram a trajetória das artistas, prestando uma homenagem amorosa ao próprio fazer teatral.
Dirigido por Circe, o espetáculo adota o jogo como motor principal. O público além de assistir, participa da costura da cena: ora escolhendo qual trecho quer ver, ora interferindo no percurso. A cada encontro, “A Espera” se reinventa. Nada se repete, tudo se desloca.
Leve, divertido e interativo, é assim que Circe define o espetáculo. “É um espetáculo que, ainda que traga características descontraídas, também levanta questões sobre a vida, sobre o que nos mantém estagnados”, relata.
A diretora ressalta que a obra é um enfrentamento à inércia do cotidiano com atitude e ação. “É um trabalho que depende do público para acontecer, e a gente espera que traga inspiração”, completa. Na abertura de processo, essa dinâmica apresenta o momento de experimentar com o público um espetáculo que só se realiza por meio dele.
Espetáculo: A Espera
Local: Casa Absurda
Data: 21 de novembro de 2025 (sexta-feira)
Horário: 19h



