Festival do Rio 2019 – exibição do documentário “Barretão”

 

 

O cineasta Cacá Diegues compareceu à sessão do documentário ‘Barretão’, dirigido por Marcelo Santiago, no Cine Odeon, na última quinta-feira (12), que faz parte da programação do Festival do Rio. O filme conta a história do produtor Luiz Carlos Barreto através de uma entrevista com o próprio, realizada pelo jornalista Geneton Moraes Neto.

Cacá Diegues se posicionou sobre o que acha dos recentes ataques à classe artística promovidos pelo governo: “Eu acho que esses ataques são, em primeiro lugar, fruto de ignorância. Pessoas que não têm maior ideia do que seja cultura, [do] que seja necessidade de um povo se reconhecer na tela de um filme, dele se reconhecer, de se conhecer melhor. Agora, eles não vão conseguir acabar com o cinema brasileiro. Já tentaram, a ditadura de [19]64 tentou, o Collor tentou quando acabou com a Embrafilme. Eles vão tentar e não vão conseguir, porque o cinema brasileiro, hoje, é uma necessidade do país. Podem diminuir o número de filmes feitos, criar problemas para a produção de filme, mas acabar com o cinema, não vão acabar.”

Luiz Carlos Barreto também se manifestou sobre o mesmo tema: “Essa situação, pessoalmente, eu já vivi em várias circunstâncias. As instabilidades políticas sempre atingem a dois setores: a economia e a cultura. E, sobretudo, a cultura mais elaborada por princípios não-ideológicos. É preciso que se entenda que a atividade cultural é exercida num terreno livre das ideias. É muito medíocre ficar discutindo se o cartaz foi tirado da parede. Não interessa. São atos menores. A gente tem que lutar pela coisa maior. O que é a coisa maior? A democracia. Eu acho que o capitalismo mundial desistiu da democracia.”

A produtora Lucy Barreto, casada com Luiz Carlos, opinou sobre a importância da nova geração do cinema brasileiro: “A nova geração tá mais ativa e participando mais do que nunca no cinema brasileiro. Eu tenho contato com muita gente jovem. Estão todos indignados com o que tá acontecendo, com esse movimento de negação do cinema. Mas isso tudo é o tal negocio: essas pessoas passam e a cultura fica.”

 

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